Billyvardo Velezmoro, jogador do Peru na CONMEBOL Copa América Fútbol Playa 2025™

Entrevista com a grande estrela da Bicolor.

14 de fevereiro de 2025
CONMEBOL Copa América™
  • Vem de ser artilheiro na CONMEBOL Libertadores Futebol Praia e está indicado para melhor jogador de 2024.
  • Seu amor pelas acrobacias e o sonho de jogar um Mundial.

Billyvardo Velezmoro Cortez sorri e sonha. Depois de um fantástico 2024, em que foi o artilheiro (10 gols) da CONMEBOL Copa América Fútbol Playa™ e está indicado para ser eleito o melhor jogador do mundo na modalidade pelo site internacional BEACH SOCCER, ele acredita que 2025 pode ser o ano em que o Peru chegará a uma Copa do Mundo.


-Qual é a sua análise sobre o grupo que vocês pegaram?


-É um grupo complicado. Mas se pensarmos no lado esportivo, é melhor porque sabemos que todos os adversários que temos pela frente (Brasil, Argentina, Paraguai e Venezuela) são os que disputam uma vaga. Nenhuma partida será fácil. E você não entra com a mentalidade de que algum jogo pode ser mais acessível ou algo assim.


-Quero te perguntar sobre uma partida sua que viralizou na CONMEBOL Libertadores, quando você marcou três gols de bicicleta contra o Vasco da Gama.


-Foi um jogo em que o resultado não foi o esperado (perdemos por 6 a 4 nas quartas de final). Se pensarmos do ponto de vista competitivo, nossa equipe foi a que melhor enfrentou o Vasco (Nota: Vasco foi o campeão do torneio). O Ferrocarril vem competindo muito bem e foi impor um estilo de jogo, independentemente do adversário. O Vasco não segurou nada e teve que se esforçar mais do que em outros jogos para nos vencer. Consegui marcar três gols nessa partida... Se eu tivesse feito esses três gols e minha equipe tivesse avançado para a próxima fase, estaríamos falando de outra coisa. Espero que esses gols não fiquem apenas nisso, mas que sirvam para continuar crescendo no nível competitivo.


-Você tem facilidade para marcar de bicicleta?


-Está ficando mais fácil para mim. No mundo esportivo, é mais conhecida como bicicleta, mas no Peru chamamos de "chalaca". Com o tempo, ficou mais natural para mim, e não posso dizer que não a pratico. Costumo treinar e melhorei muito nisso.


Billy é um dos 24 jogadores indicados pelo site internacional BEACH SOCCER para a premiação de melhor jogador de 2024: “Estou muito feliz por estar entre os indicados. Mas conquistar algo mais do que apenas a indicação é pelo que venho trabalhando há muito tempo. Estou muito tranquilo, na verdade. Sinto que o trabalho traz resultados. Nunca fiquei desesperado para entrar nessa lista, meu trabalho tem sido silencioso. Gosto de trabalhar e deixar que as coisas aconteçam naturalmente, acho que é assim que tudo se encaixa”, disse o peruano de 31 anos.


-Você jogou profissionalmente no futebol de campo?


-Joguei na Segunda Divisão (Atlético Minero, do Peru). Mas fiquei pouco tempo por questões extracampo com as quais não me sentia confortável e decidi ir para a areia.


-Como foi a adaptação do futebol de campo para o futebol de areia?


-No futebol de areai, encontrei algo que eu gostaria de ter feito muito mais no futebol de campo: as acrobacias. Desde pequeno, eu sempre fazia mortais para trás, e faço até hoje. Descobri algo que gosto muito nesse esporte. O futebol de areia é muito dinâmico. Passei pelo futebol de campo, depois pelo futsal. A movimentação e a cobertura ficaram mais fáceis para mim. Mas as acrobacias foram o que mais me prendeu ao esporte, e isso tornou meu jogo melhor.


-O que mudou no futebol de areia nesses 12 anos que você joga?


-O futebol de areia costumava ser muito estático. As posições eram bem fixas. O time que proporcionava o melhor espetáculo era o Brasil, não necessariamente por ter um estilo diferente, mas porque tecnicamente era muito forte. Seus jogadores tinham um ótimo um contra um. Eles levantavam a bola e não precisavam se movimentar muito. Mas o jogo evoluiu muito, tanto taticamente quanto tecnicamente. Há coisas que antes só víamos os brasileiros fazerem. Tive a sorte de ver Benjamin (pai) jogando, Jorginho... Vi jogadores muito talentosos naquela época. Na Argentina, havia os irmãos Hilaire, Francheschini, Leguizamón... tinham uma equipe com bons nomes. O Paraguai também tinha um grande time. Hoje, a diferença diminuiu muito, e acho que isso é positivo. O esporte se tornou mais dinâmico e competitivo. Muitas seleções alcançaram um nível muito próximo ao que o Brasil tinha.


-Vamos supor que seja 2 de março, o torneio já terminou. Com o que você ficaria satisfeito?


-Você me perguntou e eu até me arrepiei. Ficaria muito feliz com a classificação. É algo que merecemos, pelo qual trabalhamos muito. Sei que o esporte não se trata apenas de merecimento. Às vezes, você trabalha muito e as coisas não acontecem. Mas espero que agora seja a nossa vez, que possamos nos classificar. Sinto que, em uma Copa do Mundo, esta seleção pode alcançar grandes coisas. Trabalhamos bastante para isso. Se conseguirmos a classificação, tudo mudará. Meus companheiros estão se dedicando muito. Se isso acontecer, será uma das maiores conquistas da minha vida, e serei eternamente grato ao universo por essa oportunidade.


O Peru estreará na CONMEBOL Copa América Fútbol Playa 2025™ no sábado, 22 de fevereiro, contra o Brasil, atual campeão do torneio.


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